Paladar portenho
O que ela gostava muito era o churrasco, principalmente quando feito do jeito argentino, no máximo uruguaio, mas não brasileiro: a carne malpassada, “marmorada”.
E a massa argentina, que vem do “tuco” que a avó dela, mãe do Carlos, fazia.
Sorvete, mais uma vez, argentino, porque o sorvete argentino e o italiano são mais cremosos e ela sempre me ironizou, porque eu não sei tomar sorvete. Ele pinga, suja a minha roupa. Ela tomava sorvete e não pingava nada. Ela ia lambendo, dando voltas no sorvete. E ela ensinou a Annie e o João Luca a tomarem sorvete desse jeito.
Eu diria que no quesito comida ela estava mais para a argentina do que para a brasileira. Também pela pizza: a do Rio de Janeiro nem se fala: ketchup na pizza era um “crime de lesa-majestade”. A pizza de São Paulo era aceitável, mas a de Buenos Aires era a que ela mais gostava.
Sem falar do doce de leite: não existe igual ao de lá.
Rodrigo Anunciato